Conhecido Vazio Desconhecido
Vazio desconhecido, já não sei mais se és visita ou inquilino. A cada manhã Tu cresces e floresces, cria ramos e reivindica espaços que não lhe pertence. Nunca vi teu fruto, não conheço a tua espécie. Eu estava sempre ali, olhando para aquele oceano exigindo respostas. A sua presença não me estranha mais. Tua brisa fria e agonizante não me incomoda mais. Porém ainda és mistério para mim. Não sei o que há dentro de ti, o que emana de ti ou o teu ímpeto. Mas sei que estás aqui, nunca vais partir. Vazio desconhecido, que de tanto conhecê-lo tornou-se amigo ou inimigo. Saberia dizer se ao menos soubesse o que fazes aqui. Tomara que não seja demasiado tarde. Grande desconhecido e profundo Vazio. Há tudo e nada na negritude da tua imensidão. O que há dentro de ti? O que fazes crescer? Por que ainda persistes? Consigo sentir teu peso, tua densidade e teu desejo fulminante de emergir à superfície. Eu não desejo reter-te nos meus olhos; ou será que és tu quem teme sair? (O que poderia acon