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02. A Meretriz (Parte 2) | Empty Soul



A seguir você acompanha o segundo capítulo da websérie que será postado neste blog a cada semana. Esse capítulo é a parte dois do primeiro. Sente-se e tenha uma ótima leitura! 



Saul, o salvador do time, foi erguido pelos colegas ao som de gritos de comemoração. No vestiário a agitação continuou. Saul, muito tímido, ficou vermelho por tanta atenção que se concentrara em si. Sempre foi um garoto disposto a ajudar, sua carisma todos sentiam, porém ficava todo sem graça quando a atenção era voltada pra ele.

Esse é o cara! Saul, você mais uma vez lutou pelo time, nós devemos essa pra você. — Disse o treinador a Saul em particular.
Obrigado treinador, porém não é verdade, a nossa vitória se deve a sua tática. Sem o senhor no comando não teríamos ganhado. — Respondeu Saul, levando um abraço do seu treinador.

O treinador subiu num dos bancos bateu palmas e pediu silêncio:

Pessoal, silêncio! — entonou em alta voz. — E pra comemorar, darei uma festa logo a noite. Espero todos vocês lá!


Se eles já estavam alegres, a notícia da festa serviu pra animar ainda mais. Os rapazes sempre faziam alguma coisa nos finais de semana. Era uma equipe unida. Às vezes haviam desentendimentos, porém o futebol sempre unia-os novamente. Dentre eles, Saul era o mais reservado. Criado em uma família conservadora, Saul não era muito de ir em festas, principalmente com o time. Saul dessa vez sentiu uma certa obrigação em comparecer a essa festa, afinal ele foi o destaque do jogo. Saul iria apenas pra marcar presença. Sua timidez fazia com que uma festa se tornasse uma verdadeira tortura. Pra agravar, ainda teria que pedir permissão aos seus pais. 

Olha só o meu garoto! Você foi de mais naquele jogo! O que seria desse time sem meu filhinho? — Disse a sra. Kannenberg puxando sua bochecha como uma criança. 
Mãe, a senhora está me envergonhando na frente dos meus colegas! — Disse baixinho, todo envergonhando.
Já no carro, pra ir embora, Saul pensa numa forma de pedir aos seus pais pra ir a festa. 

Temendo um não, ele fica inquieto e ansioso, pois marcou compromisso com seus amigos.


Esse é um dia muito especial. E um dia especial pede um almoço especial. Sabe o que isso pede? — Sugere a sra. Kannenberg
“Torta de frango não, por favor!” Pensou Saul.

Uma deliciosa Torta de Frango pro meu garotinho! — Disse muito animada.
Torta de frango já estava enjoativo. Em todas as datas especiais, a torta de frango estava marcando presença. Ana não era tão boa na cozinha quanto pensava. Porém, Jonas e Saul não sabiam como dizer isso.
— Ah mãe, não precisa se preocupar em fazer a torta… — Saul vê o retrovisor seu pai com aquele olhar como se quisesse dizer: “não pense em negar!”
Imagina, filho. Você merece, você é nosso campeāozinho!
Está bem, mãe. Concordou Saul.


Saul viu que aquela era a hora perfeita de falar com seus pais sobre a festa. Depois de alguns segundos, ele começa a dizer:

O treinador Téo chamou a gente pra uma festa na casa dele, ele quer muito que eu vá. Posso ir? – Perguntou, sabendo como seria o rumo da conversa. Ana olhou disfarçadamente pra Jonas e trocaram olhares.
Ah, filho… tem certeza que você quer ir? Você sabe como são essas festas. Cheia de bebidas alcoólicas, drogas…
Calma, mãe! Vai ser na casa do próprio treinador, não vai ter nada de mais.
Eu sei, mas são pessoas que... Desprezam a nossa fé. A gente não deve se deixar influenciar pelo mundo!
Mãe... 
Por que você quer ir, filho? Você nunca foi de ir em festas!
Eu não quero, mãe, eles querem que eu vá. Eu marquei os gols decisivos, lembra? Não vou por mim, vou por eles! Só pra marcar presença! Além do mais, eu nunca pedi isso a vocês. Vocês sabem que não me influencio.
Tá bom, filho. Mas só se você me prometer duas coisas.
O quê?
Que você se comporte-se bem, por favor! Se o pastor ver você fazendo alguma coisa…
Eu já entendi, mãe. E qual é a segunda coisa? — Ana abre levemente um sorriso e diz:

Que você coma seu prato de torta, sem frescura! Toda vez você come só um pouquinho.
Tá bom. — Diz Saul, rindo, e pensando na possibilidade de não ir mais a esta festa.





A noite, Saul se arrumou e foi. Sra. Ana o via sair, observando através da janela, torcendo pra que ninguém da sua igreja o visse entrar naquela festa.

 Chegando ao local, Saul sentiu um frio na barriga, talvez a mesma ansiedade que sentira cedo, naquele jogo.

O som de fora dava uma pista sobre o clima do lado de dentro. Saul olhou pro céu e pediu forças o suficiente pra passar por esse momento. Por ser tímido, aquilo seria uma tortura. 

Saul bate a porta e logo é recebimento com muito calor.

   — Olha só quem chegou! A estrela da noite, o capitão do time. — Treinador, bajulando Saul e apertando sua mão. – E aí? Como você está?
— Estou ótimo, treinador. Com um jogo ganho, não poderia estar melhor. — Respondeu abrindo um sorriso.
— Com certeza. Sente-se! Seus amigos estão ali — apontou pro sofá, onde eles o cumprimentavam de longe. — Você vai tomar o que? Whisky, cerveja...
— Não, não, treinador, eu não bebo! Obrigado.
— Eu já sabia. — Riu. — Tem refri na geladeira também, pode ficar a vontade.
— Obrigado, treinador.
— E não me chame de treinador! Aqui sou só o Téo. — Disse brincando outra vez.
— Desculpa, “treinador”. — provocou. Ops, Téo.



Saul foi até seus amigos e cumprimentou um por um, como sempre fazia quando os encontravam.

— E aí, Saul?! Bora beber uma?
— Valeu, mas eu não bebo! Vou ficar no refri mesmo.
— Qual é, Saul?! Toma uma só pra você relaxar um pouco. Vai te ajudar a se soltar mais!
— Estou bem. Valeu mesmo. — Disse colocando um pouco na boca.

A festa então começou a melhorar. Começou a chegar mais pessoas e quando viram; já estavam dançando, todos bêbados na sala. Menos Saul, claro.

Felipe notou que Saul estava no cantinho, isolado. Logo foi até ele, pra fazê-lo se sentir mais confortável.

— Fala sério, Saul! A estrela da noite não pode ficar escondida! Se anima e vem beber com a gente!
— Não sou estrela, o mérito é de todo time. Estou bem. — disse com um pouco de desânimo.
— Você precisa se soltar mais! Tudo bem que sua religião não permite isso, mas, mano, você não é robô. Você não é de ferro.
— Eu sei, Felipe. Porém eu não me sinto limitado a nada. Sou feliz com minha religião e não me sinto restringido a nada. Sério!
— Tudo bem. Eu respeito, se é importante pra você. Mas vamos ser sinceros; faz quanto tempo que você não pega uma mina? — disse em um tom de brincadeira, pra tentar relaxar Saul.
– Nunca. — Respondeu cabisbaixo e envergonhado. Felipe soltou uma risada achando que se tratava de uma brincadeira.
— Você está falando sério? — Perguntou Felipe, percebendo que não era uma brincadeira.
— Sim.
— Você nunca beijou uma garota, pelo menos? 

 A cada questionamento, Saul se arrependia amargamente de ter ido àquela festa. Bastasse comer aquela torta. Apesar dos seus 18 anos, nunca tocou uma garota. Sua timidez acabava com tudo. Não lhe faltava oportunidades, pois Saul era um garoto de boa aparência. Por gostar de futebol e treinar muito, tinha ele um corpo de dar inveja aos colegas e arrancar suspiros das garotas. Onde chegava era notado, embora não gostava. Em campo sua altura intimidava os adversários, ele tinha 1.87. Seus olhos castanhos pareciam esconder segredos. Talvez por isso seja o espanto de Felipe. Como poderia um jovem de 18 anos, de boa aparência e capitão do time não ter se relacionado com ninguém antes?

— Mano. Não acredito nisso. A seca terminou pra você, jovem. Essa noite você vai tirar esse atraso. — Disse Felipe ainda não acreditando.
— Felipe...
— Sem mais! Mano, olha pra você! Um cara boa pinta, inteligente, de bem com todo mundo, você acha que não merece? Cara, você não tá morto. Você  merece viver um pouco. Somos jovens e precisamos nos descontrair às vezes. Isso vale para o religioso e pro ateu. 
— Obrigado mano mas...
—  O que eu disse? Sem mais! Vou ali pegar um copo de cerveja pra você. Não quero saber se você quer, você vai tomar e vai se divertir com a gente direito! — disse de maneira firme e intimidadora.
Saul mal conseguiu responder. Um defeito de Saul é que nunca aprendeu ter autocontrole. Por seus pais serem muito rígidos com sua educação, desde cedo se deixava controlar por eles e por seus líderes.

Aquela conversa mexeu com Saul. Nunca ninguém havia dito aquilo pra ele e era exatamente o que estava sentindo. Saul dizia que não se sentia restringido a nada, porém não era uma verdade. Ele sentia-se livre pra fazer o que quiser porém havia um bloqueio mental que o impedia de fazer aquilo que não era “seu costume”. Ele mesmo era sua própria limitação. Quando não era seus pais, era sua própria mente lhe dizendo o que fazer. Como que sofresse uma lavagem cerebral.

Felipe foi até a geladeira e pegou uma cerveja e colocou no copo. Ele estava ciente do que estava fazendo. Pelo menos, colocou num copo colorido para as pessoas não verem o conteúdo, pra ele se sentir mais confortável. A verdade é que seus colegas haviam apostado se Saul beberia ou não. 
A maioria disse que não faria, já Felipe, como um bom persuasor, apostou que ele beberia. Ao voltar pra ele, Felipe olhou disfarçadamente para os colegas, sinalizando quem venceu. Continuou caminhando e entregou o copo nas mãos dele normalmente, como se estivesse oferecendo uma água.

— Gosta de alguma mina da nossa classe? — disse bebendo um gole esperando que Saul imitimitasse.
—Não, não. — responde Saul todo envergonhado, dando risada sem graça.
— Qual é? A Gabriela não tira o olho de você. — disse sinalizando com os olhos.

Gabriela olhou por alguns segundos, levantou um leve sorriso e disfarçou. Saul sorriu de volta e bebeu o primeiro gole, automaticamente. Por um segundo ele havia esquecido que não era refrigerante.
Quando deu por si não estava mais importando. Já que estava feito, não teria como voltar atrás. Era o que pensava. Passou um tempo e Saul já estava no meio de todos, dançando e bebendo. No começo se sentia incomodado pelo amargo da cerveja, mas depois de 5 copos, bebia como água. Pela primeira vez ele se sentiu livre de alguma forma, mas ao mesmo tempo lhe pesava a consciência.

Alguns dos que estavam na festa estranharam a atitude de Saul. Principalmente os que apostaram que ele não beberia. Ele já não importava mais, ele só queria extravasar tudo que lhe foi inibido antes. Aquela era a oportunidade de experimentar algo que até então só havia visto. Mateus foi um dos que apostaram que não beberia. Mateus conhecia muito bem os princípios dele e apostaria a sua vida que Saul não fugiria do que ele acreditava.

Felipe chega a Mateus para cobrar a aposta.

— Eu não falei? O papai aqui é bom de lábia. Agora passa a grana. — Reclamou Felipe.
— Deve ter alguma explicação. Eu conhecia muito bem ele. Eu poderia jurar que ele não faria isso. — Disse Mateus, entregando o envelope e observando Saul, ainda sem acreditar no que estava vendo.
— Mas, pense bem: O garoto é de família tradicional e seus pais são muito rígidos com ele. Uma hora ele iria se rebelar mesmo. — Explicou.
— Pode ser... Mas ele vai se arrepender muito disso depois.
— Vai nada. Do jeito que vai ele nem vai se lembrar do que aconteceu. — Brincou Felipe. — a noite só está começando.
— Do que você está falando? — Indagou.
— Vamos fazer outra aposta? — Propôs Felipe.
Mateus pensou consigo mesmo, prevendo que Felipe impulsionaria Saul a cometer outra bobagem.
— O que você está tramando, Felipe? 
— Nada de mais. Essa é a noite dele, só quero ajudá-lo. — levantou um sorriso, escondendo más intenções.
— Você não vai...
— Quer apostar que levo ele na Bilbul? 


Bilbul era uma das casas de prazeres em Nova Cidade. O proprietário era o senhor Robert Müller; um senhor empresário, de idade que foi um dos primeiros habitantes da cidade. Ele cercou a cidade de fazendas, seu negócio principal era gado. Quando inaugurou-se a Nova Cidade, houve uma briga ferrenha entre os homens mais poderosos do estado. Eles compraram o máximo de terra que puderam.
A história do senhor Kannenberg e do senhor Müller são parecidas. Porém o senhor Müller não perdeu seus pais cedo, nem era de família tradicional. A família dele comandava o mercado do gado e do leite na antiga metrópole. Robert, como o filho pródigo, saiu da sua terra em busca do seu próprio dinheiro, do seu próprio negócio. Saiu jovem da casa do seu pai porém nunca mais retornou. Ouviu falar mais tarde que seu pai havia falecido durante uma cirurgia.

Robert sempre gostou de ter algo pra o “distrair” ao fim da tarde. Porém, numa cidade que mal havia sido formada, se sentiu muito limitado. Ele tinha satiríase. Foi daí que ele teve a ideia de criar a sua própria casa de prazeres. Ele, além de empresário, vivia nessas casas, as mais luxuosas, claro, e sabia muito bem como administrá-la. 
E o negócio deu certo. Também pudera, pois ali perto não haviam cidades próximas. Surgiram outras casas tentando concorrer com ele, porém o senhor Müller ia atrás das melhores mulheres que trabalhavam na concorrência e trazia para si. 
Enfim, a Billbul era o monopólio do prazer. Era conhecida por haver nelas mulheres muito novas. Algumas até menores de idade, porém, quem ia fiscalizar se os próprios policiais deitavam-se com elas?

Entrar pela primeira vez na Billbul era o presente favorito dos garotos. Saul, pelo contrário dos outros, não ganhou uma noitada quando fez 18 anos. O presente que seu pai lhe deu fora uma Bíblia em hebraico que o avô dele havia dado ao seu pai. Um livro que datava o século anterior. Ela estava no carro em que seus avós morreram. Só o livro sagrado não queimou. Era um objeto que significava muito para seu pai.

Aquela noite resgatara a identidade jovem de Saul. Era a noite das “primeira vez”; do aniversário que nunca teve, das experiências que nunca foram tidas.
Naquela altura, Saul já nem era o mesmo. Felipe o intimidou num canto, como que se importasse com ele.

— Vejo que está gostando. Mas, vá com calma. A noite só está começando.
— Estou curtindo muito, obrigado pela dica.
— Tranquilo. Já pegou alguma mina essa noite?
— Não. Ainda não tive coragem.
— Vamos resolver isso agora mesmo.
— Como assim?
— Só vem comigo.

Felipe chamou Mateus e lhe disse: “É agora. Vem comigo.” Mateus largou seu copo ali mesmo no canto da janela e saiu disfarçadamente com Saul e Felipe.

Saul já não estava consciente o suficiente para questionar o que estava acontecendo. Discretamente saíram da festa e entraram no carro rumo a última parte da noite.

Billbul ficava um pouco distanciada da cidade. Aos poucos foram aparecendo as luzes e o som. Saul nunca tinha visto tamanha iluminação.

— O que é aquilo? — Perguntou.
— Aquilo é o paraíso, rapaz. — Disse Felipe provocando risos.

O local estava lotado. A sorte é que Saul estava bêbado e já não importava, pois a probabilidade de encontrar algum conhecido ali era enorme.
Saul imaginava do que se tratava. Estava bêbado porém sua consciência ainda estava ali em algum lugar de sua mente. Visitar a Billbul era o seu desejo mais oculto.

Ao entrar no local, Saul brilhou os olhos. Pela primeira vez, Saul não se sentiu diferente de todos; ele se sentiu incluído.  O cheiro de álcool, a pouca luz, o alto som e dizeres provocantes lhe provocou um leve arrepio. Logo, Felipe e Mateus o conduziu a uma mesa para admirar uma moça que fazia dançava enquanto lhes eram servidos mais bebidas.

A moça dançava lentamente, apalpando com cuidado suas partes íntimas, alisando suas curvas. Sua lingerie escondia sua magreza, porém ressaltava os seios de forma provocante. Até Mateus que se posicionara contra a ida de Saul àquele ambiente, passou a se sentir conivente com a circunstância. Uma explosão de sensações acontecia na mente de Saul. Por um lado, sua mente o condenando; por outro, seu corpo pedindo mais e mais daquele universo que se revelara infinito.

Felipe se levanta e vai até ao ouvido da moça de pele morena, coloca algumas cédulas no sutiã e sussurra algo. Não demora e vai em direção a Saul. Ele olha pra Felipe, já sabendo o que ele havia dito ao pé do ouvido da moça. “Aproveita!” gritou.

A mulata se aproxima de Saul, toma as suas palmas das mãos e o induz a explorar seu corpo, sentando-se no seu colo. A moça, porém não se entregou fácil. Quando ela percebeu que as mãos do rapaz passeavam por si só, ela as retirou. Se levantou do seu colo e começou a dançar ao ritmo daquela dança cuja música deixara de ser sensual; agora tocava uma música eletrônica muito agitada. 

Algo chamou atenção de Saul. Ele, como um bom observador, percebeu uma garota franzina em outro canto, a qual dançava sem ritmo algum. A garota aparentava ter 18 anos, seus cabelos ruivos era o que mais chamava atenção. Não havia nenhum rapaz em volta dela, sua expressão era de cansaço, desprezo e vergonha. Quem olhava de longe não admirava sua beleza, era preciso um olhar cauteloso para decifrar a malícia dos seus movimentos em meio a timidez, e a sensualidade em meio ao corpo frágil. Tal olhar era de Saul.

Seus amigos perceberam que ele não tirava o olho daquela garota franzina. Felipe virou-se para Saul, tocou em seus ombros como um hipnólogo tira alguém do transe, e disse:

— Tá gostando daquela garota?
— Ela é interessante...
— Vai lá! Eu e Mateus ainda vamos curtir aqui um pouco.

Saul se levantou da cadeira e foi em direção a moça. Cada passo parecia eterno. Enquanto andava em direção a ela, admirava sua pouca roupa e sua performance tímida naquela barra. Sua expressão facial não era das melhores, até então. 

Foi se achegando à moça, encarando-a pra que ela percebesse suas intenções. Saul sentou-se aos pés da moça e admirando suas curvas delicadas. Ela tinha cabelos ruivos, percebia-se facilmente que não eram naturais. Seu corpo magro passava uma imagem de uma garota indefesa e frágil mas com um olhar malicioso que demonstravam perigo e escondiam segredos. Era a garota dos sonhos dele. Ficaria admirando ela dançar por horas. Até que ela pausou sua performance, como se fosse dar um beijo nele, chegou ao seu ouvido e disse: “está gostando?” Saul, tremendo, apenas fez um gesto com a cabeça. Com delicadeza tomou ele pela mão e subiu para os quartos que ficam em outra repartição. 

A cada degrau subido, Saul tremia e pensava se aquilo que faria é certo. Do outro lado, se sentia dominado pelo desejo e sentia-se escravo daquela situação. “Não tem mais volta!”, gritava em sua cabeça. 

Abriram a porta do quarto. Antes que a moça trancasse a porta, Saul, violentamente, a virou de frete e num beijo sedento, mal conseguira respirar. A moça assustada tentava tomar o controle da situação. Ato falho. Se antes ela o dominou com sua beleza peculiar, agora é refém de um jovem viril que até então nunca havia provado um beijo feminino. 
Saul logo arranca as poucas peças de roupa da moça, de forma brutal, causando medo à moça. Tentando disfarçar, ela tentou roubar um beijo pra acalmar o rapaz. Beijo que não durou cinco segundos, logo ele a empurrou em direção a cama, tirando a sua última peça íntima. Saul tira a camiseta e começa a possuí-la de forma grotesca e sem sincronia. Parecia não saber muito bem o que fazer. Ele estava em êxtase. Nunca havia experimentado algo parecido. A moça, totalmente assustada, não conseguia demonstrar prazer. Isso só alimentava a sede de Saul. No lugar do gemino foi surgindo lágrimas, e no fundo da garganta, entoou o mais alto grito de socorro e desespero que conseguiu. 

— Para! 








O que houve com a moça? Estaria ali sem vontade? Como reagirá Saul? No próximo capítulo Dr. Bryan explana suas ideias e demonstra que é possível sim trazer um ser vivo à vida. Os pais de Saul descobre o que aconteceu e tomam uma atitude drástica.








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