Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de abril, 2024

A Beleza das Cinzas

  O que é a dor? É como uma sombra persistente, silenciosa e incansável. Queria eu ter o seu vigor e insistência; paralisar ou mover algo com tamanha imponência. A dor é consciente ou inconsciente, crônica ou súbita, um lembrete ou um aviso. Lembrete sobre quando aquela dor não existia e você lembra o quão bom era não senti-la. Lembrete para jamais permitir se machucar da mesma forma ou permitir que os outros o façam. Lembrete de quando você tinha algo ou alguém e que perdeu. Aviso porque há algo dentro de você que ainda não foi resolvido e que precisa fazer algo em relação a isso. É quando ignora seus sentimentos e reprime emoções até que se esquece dela; então, a dor ressurge como um aviso, te acordando do sonho confortável que estava. É como aquela pequena ferida que aparece repentinamente na sua mão, mas o corte foi tão sutil que sequer sentiu. Só nos damos conta depois que algo cai sobre a ferida e depois nos perguntamos: como isso aconteceu? Como estou sentindo isso só agora? Nós

Conhecido Vazio Desconhecido

    Vazio desconhecido, já não sei mais se és visita ou inquilino.  A cada manhã Tu cresces e floresces, cria ramos e reivindica espaços que não lhe pertence. Nunca vi teu fruto, não conheço a tua espécie. Eu estava sempre ali, olhando para aquele oceano exigindo respostas. A sua presença não me estranha mais. Tua brisa fria e agonizante não me incomoda mais. Porém ainda és mistério para mim. Não sei o que há dentro de ti, o que emana de ti ou o teu ímpeto. Mas sei que estás aqui, nunca vais partir. Vazio desconhecido, que de tanto conhecê-lo tornou-se amigo ou inimigo. Saberia dizer se ao menos soubesse o que fazes aqui. Tomara que não seja demasiado tarde. Grande desconhecido e profundo Vazio. Há tudo e nada na negritude da tua imensidão. O que há dentro de ti? O que fazes crescer? Por que ainda persistes? Consigo sentir teu peso, tua densidade e teu desejo fulminante de emergir à superfície. Eu não desejo reter-te nos meus olhos; ou será que és tu quem teme sair? (O que poderia acon