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Inovando com Tradição: Como o Telefone Público se Adapta à Era Digital



A Brahma lançou uma campanha inovadora para o carnaval de 2024. Pensando na alta onda de furtos e roubos que acontecem no período, a Brahma criou o “Brahma Fone”, um smartphone básico para comunicação, ideal para o caso de roubo, preservando o aparelho principal do usuário. O aparelho pode ser perdido ou roubado sem grandes preocupações.


Com os frequentes casos de roubos em grandes eventos e capitais, como os beneficiados pela iniciativa da Brahma, questiono se a extinção dos telefones públicos (o antigo "orelhão") foi uma boa ideia. Com a tecnologia atual, seria possível criar um chip virtual ou uma chave de acesso que permitiria o uso de dados e voz da operadora de cada indivíduo para fazer ligações a partir de terminais públicos, eliminando a necessidade de um celular físico sujeito a roubo. Acredito que a instalação de vários terminais desse tipo seria mais econômica do que distribuir celulares nessas áreas. 


Imagine ter uma chave para se conectar virtualmente através de uma máquina pública, criptografada, para fazer ligações ou se conectar a aplicativos de pedido de Uber naquela localização específica...


Eu vejo como a tecnologia atual poderia revolucionar e democratizar a comunicação no país.


RENTABILIDADE


Acredito que essa ideia pode ser rentável em vários aspectos, não necessitando de um investimento grandioso. Primeiramente, as operadoras teriam seus custos com ligações e acesso à internet cobertos pelo próprio usuário, já que ele usaria seu próprio plano de telefonia. Além disso, poderíamos explorar outras formas de monetização, como a instalação de displays com propagandas das operadoras ou de aplicativos relacionados, incentivando o usuário a utilizar os serviços das empresas parceiras como iFood, Uber, 99, entre outros. Poderiam oferecer serviços adicionais, como acesso à internet, mediante pagamento de uma pequena taxa ou até mesmo algo integrado ao WhatsApp que permitisse até vídeo chamadas. Com um QR Code, os usuários poderiam acessar facilmente sua agenda de celular e efetuar pagamentos, ligações, vídeo chamadas, etc. diretamente pelo terminal.


INFRAESTRUTURA


A infraestrutura necessária para implementar essa ideia já está disponível, com as operadoras de telefonia e internet tendo uma ampla rede de cabos em todo lugar. O avanço da tecnologia, como o 5G, vem tornando as conexões sem fio mais estáveis, reduzindo a dependência de cabos. Isso torna a instalação de terminais públicos uma opção viável e de baixo custo.


O orelhão público ainda está em funcionamento desde 1971. Segundo o site do CanalTech, "ainda existem 768 mil orelhões espalhados pelo país, sendo mais de 40 mil apenas em São Paulo...".


MARGINALIDADE


Pode-se pensar que num país violento como o nosso, não seria possível que uma ideia dessas pudesse acontecer. Talvez pensar em acabar com a marginalidade no Brasil seja utópico. A diversidade de ideologias sobre esse assunto diverge entre si e resulta em nada. É algo que se resolveria em partes com investimento em cultura e segurança pública, mas os políticos não estão preocupados em resolver problemas, mas sim em criar uma narrativa em cima de algo para venderem suas próprias imagens como salvadores que resolveriam tudo, mas esses problemas são o que alimentam a vida política deles. É triste pensar nisso, mas não acredito que isso possa mudar no Brasil.


A estratégia da Brahma não abrangeu o programa em todo o território nacional. Creio que esse ponto foi o principal problema enfrentado pelo time de marketing da cervejaria e conseguiram fazer algo funcional e que atendesse às expectativas. Talvez, escolher alguns centros com menos criminalidade seria mais aceitável, visto que nem todas as cidades brasileiras têm o mesmo índice de criminalidade que o RJ, por exemplo. Em algumas capitais já existem mercados que não têm funcionários, a pessoa entra, registra, paga o produto e vai embora. Acredito que a tecnologia pode contornar a marginalidade e é um remédio contra a velha política pública que retrocede e atrasa o desenvolvimento.


É necessário que ideais como essa sejam desenvolvidas, de forma rentável, que resolvam o problema das pessoas mais afetadas pela marginalidade, e que contornem o problema político cultural, os quais, juntos, conseguem travar o desenvolvimento do nosso país. A ideia da Brahma é interessante, mas é paliativa. Por mais que seja uma boa ideia, ainda estamos normalizando a marginalização. É necessário que haja políticas públicas eficazes e programas culturais para evitar a formação do criminoso. Está na hora de sermos o país cujas políticas públicas remedeiam ao invés de evitarem. A tecnologia é uma grande aliada para a cultura e o desenvolvimento. Precisamos usá-la a nosso favor.

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