Aquele dia você se sentou na cama, os olhos lacrimejando, peito em chamas. Se perguntava se tudo aquilo fazia sentido, procurava em si o que havia morrido. Lembra aquele dia em que nada existia? Apenas sua dor submersa na água fria, enquanto o mundo ardia em gritos, pavor, mas nada era maior do que toda a sua dor. Aquele dia você jurou que queria morrer, que era insignificante demais para viver. Restava nada para ser quebrado, apenas cacos a serem juntados. Você estava chorando e tremendo, seu coração palpitando e ardendo, sentindo que algo terrível advém, tomando controle, a me fazer de refém. Aquele dia cogitava uma possibilidade, como se fosse uma fuga da realidade, capaz de te tirar da ilusão e carência, para viver na imensidão da inexistência. A incerteza era a resistência, tudo era sobre a dor, nada sobre amor, tudo sobre como acabar, nada sobre começar e mudar o imutável, o impugnável, o sentenciado. Uma vida iniciada em sangue e dor, talvez terminaria como começou, mas o medo n...
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